Manifestação Rielson "FBE" (7) - Forum Brasileiro de Endodontia

Caros foristas, como todos sabem alguns membros do FBE foram "descadastrados" sem mesmo terem solicitado, sem terem sido previamente consultados e nem mesmo terem sido informados sobre o desligamento não voluntário. Entre eles está o Prof. Rielson. 
Como ele não tem mais acesso ao FBE e o FBE não mais pratica a política de livre inscrição como outros Fóruns internacionais de Endodontia o fazem, o Professor Rielson não teve a oportunidade de postar a sua carta de despedida. 
Assim sendo. ele pediu para eu postar a sua carta de despedida do FBE. 
Segue a carta do Professor Rielson:

Senhor Ruy Hizatugu,
Minha despedida.
Em primeira posição quero pactuar com todas as ponderações, colocações e relatos dos colegas e amigos já postados no FBE nesta semana. Considere cada uma das postagens assinadas por mim, também. 
Infelizmente terei que aplicar um dos meus defeitos, ser prolixo. Mas o momento exige. Como o senhor medita muito, pelo o que já percebi e o senhor faz questão de divulgar, acho que será um texto para este seu exercício mental e espiritual.
Quanto à sua postagem convidando-nos nas entrelinhas a nos retirarmos, a casa é sua e do Eduardo, portanto, aceitam ou não quem vocês queiram que nela esteja, apesar de vocês afirmarem que não são os donos.  Se não são os donos, equivocaram-se por duas vezes, tomaram decisão por todos sem consultá-los e foram no mínimo deselegantes.  Duas atitudes condenáveis para quem alçou patamares tão diferenciados nos bancos escolares.
Em postagem privada a duas colegas o senhor nos qualificou como dissidentes, fiquei em dúvida da adequabilidade deste adjetivo para nós, realmente minha dúvida estava correta. Infelizmente o senhor o aplicou equivocadamente. Nós não nos afastamos, alguns foram afastados por bloqueio de acesso (o meu caso), outros foram convidados a fazê-lo, nas entrelinhas.
Senhor Ruy, somos dissidentes se ao que o senhor refere-se é à nossa discordância ou divergência aos seus princípios, idéias, doutrinas, métodos e condutas, realmente não concordamos, ou melhor, eu não concordo. Mas somos mesmo é resistentes, aplicamos a resistência àquilo que nos foi tirado, àquilo que foi acordado e não foi cumprido. Nós não nos separamos do grupo, estamos sendo é apartados deste, por convite dos donos, dos únicos donos.
Realmente nós somos diferentes, você advoga a não resistência, nós a resistência.
Nesta situação não gostaria que o senhor usasse o adjetivo usado, para me qualificar. Com o intuito de ajudá-lo, segue o que três dicionários relatam sobre o adjetivo.
Dissidente 
Houaiss
1. que ou o que diverge (de algo)
2. que ou o que sai de um determinado grupo ou organização (p.ex. política, religiosa), por divergir de seus princípios, idéias, doutrinas, métodos etc.
Aulete
1. Pessoa que diverge de opinião, princípios. crenças etc.
2. Indivíduo que se afasta de um grupo, partido ou seita por não concordar com suas idéias, princípios, métodos etc.
3. Que dissente, que discorda das idéias , princípios, conduta etc. de um grupo, organização, partido ou seita: 
4. Que se separa de grupo, corporação etc. por divergir de seus objetivos, métodos etc.

DWidget
 (latim dissidens, -entis, particípio presente de dissideo, -ere, estar afastado, estar separado, discordar) 
1. Que dissente, discorda ou diverge de algo.
2. Que ou quem se separa de um grupo por divergência de opiniões, princípios, comportamentos, doutrinas, etc.
Eu discordo, mas não me afastei do grupo, fui afastado. Achei que celebrar as diferenças era para valer, não é.
Lendo ainda o seu e-mail enviado a duas colegas do FBE, você deu a elas explicações que não deu a nós, exatamente parte daquilo que solicitávamos anteriormente ao lançamento do livro. Como devo interpretar esta atitude, por que o senhor e o Eduardo não o fizeram?  Será soberba? Será desprezo? Será falta de respeito? Ou será falta de coragem? Interpreto hoje, tudo isto e bem provável, mais coisas. 
Senhor Ruy, o conheci em 1975, ainda aluno de graduação, àquela época já detectei uma característica que até hoje vejo catacteriza-lo, sempre estar por trás, quem fala sempre são os outros, o senhor sempre no “zenzismo”, mas quem faz os enfrentamentos  do confronto são os outros. É como o Dalai Lama, está em Manhattan, mas quem enfrenta as dificuldades no Tibet são os verdadeiros monges, que lá permanecem. Muitas frases, muitos pensamentos, mas o mundo não muda.
Eu poderia aqui, em muitas laudas, descrever e citar inúmeras passagens da comprovação de sua tática de colocar os seus seguidores a falar por você, o que penso, foi o que levou à maioria de sua geração a suportá-lo, mas não externar admiração. É por isto que o senhor sempre cobra a participação deles, mas comprova-se, em vão. Agora percebe-se, muitos mais jovens também já estão apercebendo-se disto.
Por tudo o que ouvi, ouvi dizer, observei  e pelos relatos de muitos em conversas com você e o Eduardo, vocês usam uma tática bem clara, o Eduardo diz que você não quer, não aceita, e você, diz, é a inexperiência do Edu. Mas sempre acontece o que você quer. 
Há algum tempo atrás, em Salvador, você me disse que eu precisava me controlar, não ser tão intenso, me preservar e etc., será que você estava me querendo como um submisso, passivo, cordato e inoperante, mais um para a sua claque? Nunca serei, sabe por que? Não suporto bajuladores, não suporto bonzinhos, pois como diz minha esposa, bonzinho não serve para nada, bonzinho não muda nada. 
É exatamente o que você propôs na postagem endereçada ao fórum, neste sábado, ficar com os verdadeiros amigos. Muito bom, mas você sempre chama a todos de amigos. Eu percebi que você não agiu como amigo com todos os resistentes, ou teria se dirigido a eles quando questionado. Para mim amigo é aquele que eu posso perto dele, pensar em voz alta. Ele pode não concordar com comigo, brigar comigo, me chamar a atenção e tudo mais, mas posso continuar pensando alto, perto e com ele. Você e o Eduardo não suportaram o nosso pensar em voz alta. Portanto, não são amigos em minha concepção. 
Continuamos a não saber o que vocês pensam sobre nossos pleitos, só sabemos que meditam e quais musicas ouvem.
Mas quero voltar ao porque não estamos concordando, a gota d’água foi o livro, mas tudo começou com o primeiro encontro. 
Vocês venderam a idéia de que o encontro seria totalmente diferente dos outros eventos, não teria pasta, não teria comércio, vínculos institucionais e etc. A única coisa diferente foi que os ministradores, pagaram suas passagens, sua alimentação e sua hospedagem. Tudo bem, nós concordamos, mas observamos as diferenças, tinham as pastas, tinham as empresas e tinha vínculo institucional.  Voltei com pulga atrás da orelha.
Parece que no segundo encontro tudo se repetiu, agora até empresa patrocinando atividade, entidade fazendo doação e etc. Festa, passeio, concerto e etc. patrocinado pelo FBE, tudo com um jeito diferente de realizar um evento. Na realidade, tudo igual aos outros eventos. A coisa velha, os ministradores pagaram seu transporte, sua hospedagem, sua alimentação.  Realmente, tudo novo, com nova concepção. Quanta ilusão. Ruy e Eduardo, o prometido não era isto.
Anteriormente, em 29 de janeiro de 2010 fizemos uma reunião em Campinas para discutir a utilização da plataforma Moodle  no FBE, para transformá-lo em ambiente mais educacional, e não de oba-oba.  Estavam presentes eu, Eduardo, Gustavo, Maine, Débora, Diógenes, Bueno, Rodrigo e Patrick. Também estavam presentes o Pedagogo Marcio Martino e a técnica em TI, Adriana, estes do núcleo de Ensino à distância  da SLMandic, a reunião foi realizada na sede do Núcleo. Na apresentação feita pela Maine e ponderações do Professor Martino, os trabalhos deveriam ser mantidos por tutores, especialistas em cada área, para que a plataforma funcione adequadamente. A mesma fala foi feita pela Maine em Ilhéus na apresentação do Moodle. Nunca foram adotados os tutores, o que aconteceu seria inevitável, sem tutores e moderadores das discussões plataformas educacionais não funcionam. Quem é que não quis os tutores e moderadores? E por que?
Muito foi discutido à época as despesas que a plataforma acarretariam e que foram bancadas por você Ruy e Eduardo, mas eu tinha conseguido com o dono da SLMandic a utilização dos servidores, plataforma, manutenção técnica  e pessoal de apoio, tudo sem nenhum custo. Quem não quis utilizar destes benefícios? 
Quando as postagens eram enviadas cada uma de uma forma, o Eduardo fez um templete com um logo para a padronização das apresentações. À época, antes do encontro de Ilhéus disse ao Eduardo, se ele concordasse eu pediria ao meu filho, que é publicitário, o desenvolvimento de uma logomarca para o FBE, sem nenhum custo. Assim foi feito, ele apresentou um estudo para aprovação, para vários usos, para posterior finalização técnica. Passou o tempo, o encontro e em um encontro com Eduardo perguntei sobre o logo, ele me disse, o Ruy não aceitou ou concordou. Tempos depois fui surpreendido com a logomarca sendo parte do perfil do FBE, no Facebook, sem ter sido finalizado tecnicamente e que eu tenha sido informado que agora seria utilizado.
Depois, recebi um e-mail do Eduardo perguntando se meu filho não a finalizava para ser a capa do livro. Nem respondi, pois não iria pedir outra vez ao meu filho para dar andamento a algo que com certeza seria depois vetado pelo Ruy. O Dalai Lama em ação.
Um pouco antes de começarmos as discussões sobre o Moodle, em discussão sobre cursos do FBE, ministrados por membros do FBE, o  Murgel propôs fazê-los na ACDC em Campinas, indicando que eu poderia abrir junto com ele e o Mauricio, junto à direção da Associação esta possibilidade.  Fiz o pleito e comuniquei pelo FBE que seria absolutamente possível e viável. Nunca ninguém manifestou qualquer observação sobre este tema, nem no FBE nem privadamente. Será por que? Quem não se interessou? O que está por trás disto?
Acho que depois destes relatos, posso afirmar, o FBE tem donos sim, o FBE tem interesses comerciais sim. O FBE tem associação e interesses compartilhados com outro grupamento da Endodontia.  O FBE não é livre.  O FBE está funcionando de forma orquestrada como claque para personalidades e grupos, infelizmente, este não era o objetivo divulgado.
Desde o segundo semestre de 2010 foi amplamente divulgado no FBE a realização do ROOTS no Brasil, o Congresso de Trauma Dental, bem como o Encontro do FBE, todos envidando apoio incondicional a estes eventos.  No entanto, outros eventos já são tradicionais no Brasil, entre eles o Circuito Nacional de Endodontia, realizado anualmente e o EndoEncontro de Campinas, promovido pela Associação dos Cirurgiões-Dentistas de Campinas, realizado a cada dois anos, coordenado por mim, pelo Murgel e pelo Mauricio.
No ano passado decidimos que não deveríamos ter o EndoEncontro de Campinas, para prestigiarmos os eventos nacionais e internacionais, exatamente os aqui já nominados.
O Circuito Nacional estava marcado para Goiânia e sua data coincidia com o FBE. O Eduardo me mandou um e-mail questionando esta coincidência, eu disse a ele que cada cidade e Coordenação local é que definiam a data de realização em função de suas condições de realização, mas me dispus a falar com o Estrela sobre a possível mudança de data, o que foi de imediato feito, e mais, a edição deste ano foi cancelada para prestigiar os eventos já agendados. No entanto, neste ano observamos que os donos do FBE divulgaram, prestigiaram, freqüentaram, e tiveram participação ativa em eventos de empresa e de cunho pessoais, que antecederam o encontro do FBE, em nome do que e com qual o propósito. Me usaram para obter o cancelamento de um evento o Circuito, e eu, o Murgel e o Mauricio ainda ficamos de ingênuos cancelando o EndoEncontro em Campinas.
Quais são mesmos os seus propósitos? A serviço do que colocaram o FBE?
Ruy, sempre que eu postava casos clínicos com controles longitudinais compatíveis com o meu tempo de atividade clínica, como especialista, você imediatamente postava casos de controles longitudinais compatíveis com a sua clínica, será por que? Eu sei, mas que cada um tire as sua conclusões.
Aprendi com minha filha, aos 17 anos dela, há oito anos passados, eu já com 50, pai por que eu tenho que respeitar alguém por que tem cabelos brancos e a pele já marcada de expressões, cara e jeito de bonzinho? Ela complementava, e o que ele foi a vida toda, tem que ser esquecido?  Hoje eu sei, tenho que concordar com ela. 
Ruy, nunca lhe reconheci como alguém cientificamente e tecnicamente superior ou privilegiado, mas o respeitava como ser humano e colega, mas hoje não mais, em nada, você me desrespeitou, não agiu com todos nós, os resistentes, com os princípios que você sempre prega, continue a meditar, mas pare de falar daquilo que você não faz.
Eduardo, você é jovem, competente cientificamente e tecnicamente, pode ter um futuro brilhante na odontologia e endodontia, pode fazer a diferença, e eu já lhe expus isto, inclusive sugerindo e lhe incentivando a participar dos concursos da FOUSP, nas áreas de suas competências. Mas se você continuar a ser escada cientifica do Ruy e aceitar a sua orquestração filosófica e quântica, você só terá a perder, em todos os sentidos.
Colegas do FBE, peço-lhes desculpas por qualquer colocação que por ventura tenham sido inadequadas ou que possa lhes ter ofendido, mas os acontecimentos presentes me obrigaram a isto, em nome da verdade e também, na defesa de princípios e objetivos que abraçamos há três anos atrás.  Mas a luta por dignidade na odontologia e na endodontia vai continuar,  mesmo que sejamos poucos os resistentes.
Desejo a todos felicidade e muito sucesso!

Prof. Dr. Rielson J A Cardoso

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